terça-feira, 1 de dezembro de 2009

"I've got nothin' to say, I've got nothin' to give, got no reason to live. I've got nothin' to hide. Wish I wasn't so shy"

Primeiro copo:

Entram em cena a imagem dela e a vontade de pensar sobre todas aquelas coisas chamadas de amor e sobre todas as outras que o são.

A imagem é clara, os diálogos simples. A imagem fala todas aquelas coisas chamadas de verdade e o pensamento entende todos os quereres narcísicos.

Segundo Copo:

A primeira batalha. Um sentimento ferido, algumas moléculas de coragem de dizer tudo aquilo que deve ser dito, e o que fica é tudo aquilo que parece ser ouvido.

Arrisco-me a dizer que o tudo aquilo que pareceu ser ouvido voltará todos os dias, para o resto de tudo aquilo que acreditam ser suas vidas.

Terceiro Copo:

Sai de cena a imagem, fica o pensamento confuso, levemente ébrio, abaladas suas certezas sobre si.

Agora é um diletante, amargo e teimoso sobre aquilo que chamava de amor. Seu séquito, o ciúme e o rancor, lhe dão respaldo.

Quarto copo:

Ele procura a imagem dela pela cena. Não está mais ali. Fica tudo aquilo que fora dito, fica o seu séquito, fica o braço pendurado sobre a cadeira, a cabeça pendendo para o lado, a música que o condena.

Entra em cena tudo aquilo que poderia ter sido, antes jovens, agora decadentes e frágeis, para lhe velar.

Quinto copo:

Fecham-se as cortinas. O próximo espetáculo se dará em alguns meses. A primeira cena contará com o arrependimento, mas o roteiro não sofrerá muitas mudanças.

Assim se passarão os anos. Todas as coisas que pensamos em fazer e todos os últimos copos entornados para contar o que foi feito.