Estava te mostrando o que eram aquelas estrelas,
O que continha aquela imensidão.
Tu entendeste meus braços,
Que te envolviam famintos.
Enquanto te falava como era bom te ver dormir,
Entendias o mundo e sabias que o mundo amaldiçoava.
Enquanto eu me deleitava com nossos suores,
Tuas mãos tremiam sentindo que em poucos minutos
Aquele suor secaria, evaporaria.
Eu ria, tu entendias a verdade sobre o humor
Eu recitava, tu cantavas a canção do rádio ao lado
Eu olhava pela janela, tu fechavas a porta do quarto
Eu dizia “até mais”, tu dizias “espero que voltes”
Até quando nos batíamos: eu te pedia perdão,
Tu entendias os segundos gastos no perdão.
Eu te conduzia, tu me consumias
Quando o dia surgia para mim, a noite acabava para ti
Entendias os pratos do dia
Da imoralidade, que em mim era poesia
Entendias da fome, fardo da longevidade
Entendestes, antes de mim, a saudade
Essa ficou.
Entendestes o porvir
E essa que ficou,
A saudade, é o reconhecimento pelos dias felizes
Nos quais eu escancarava os braços para o mundo
E tu me abraçavas. Não como quem se deita,
Como quem não me deixa sair da cama e abrir as cortinas
- Não há p´ra que olhar lá fora.
Lendo esse post me veio a música "a seta e o alvo" de Paulinho Moska como pano de fundo.
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